Wednesday, December 13, 2006

Bomba pop californiana

Light Grenades (Sony&BMG, 2006) é o nome do mais que aguardado sexto álbum dos californianos do Incubus. Liderado por Brandon Boyd o quinteto já vendeu 229 mil cópias nesta primeira semana de lançamento e entrou de cara no primeiro lugar no Top 200 da Billboard. Segundo o guitarrista Mike Einziger o novo álbum tem a pretensão de soar como treze bandas diferentes tocando 13 canções igualmente distintas, e, ainda sim superar o estrondoso sucesso de A Crow Left to Murder (2004). É, portanto, a multiplicidade sonora de uma banda madura que encontramos em Light Grenades.
A influência do Funk Metal de bandas como Red Hot Chili Peppers dá espaço ao experimentalismo cientificista das guitarras de Einziger, a bateria desconcertante e inventiva de J. Passillas e os baixos envenenados de Ben Kenney.
A beleza das linhas vocais de Boyd reve
ladas em clássicos como “Wish You Were Here” e “Nice to Know You” do álbum Morning View (2001) são acentuadas em canções como “Dig”, “Love Hurts” e “Earth To Bella” umas das mais belas e sutis assinaturas musicais já criadas pela banda.
Utilizar aqui a desgastada máxima de que este álbum é definitivamente o melhor da carreira e que as músicas da banda nunca soaram tão coesas, seria como endossar palavras narcisicamente viciadas de líderes de bandas do mainstream. O fato, no entanto é que Light Grenades talvez não seja uma evolução ao A Crow Left to Murder, mas ratifica artisticamente o Incubus como uma exceção ao carnaval da apatia e burocratização criativa do cenário rock alternativo dos EU
A.
Como uma granada recheada de idéias musicais explosivas Light Granades nos transporta à leveza de uma iluminação zen-budista e ao poder de visualizações cinematográficas, reveladas a cada transposição harmônica. O talento plástico de Boyd, que lança ainda este ano um livro com fotografias, ilustrações e desenhos de sua autoria, provoca um turbilhão de estimulações visuais ao lado dos experimentos do DJ Chris Kilmore, que brinca com aparatos eletrônicos, pickups, mellotrons e fender rhodes.
Escolhido como primeiro single, “Anna Molly” é uma verdadeira bomba. Teleguiada por riffs explosivos, reverbera volatilmente enquanto Brandon Boyd sugere a cacofonia “Anomaly” em um, no mínimo, intoxicante refrão. Anormal ou não, o fato é que as músicas soam neste novo disco mais imediatistas, verdadeiras e adocicadas bubbleguns de sonoridade clara e precisa, que grudam sem qualquer rejeição egocêntrica por parte de nossos ouvidos.
Atento à versatilidade artística de
seus fãs, a banda deixará a cargo de seus fiéis entusiastas a oportunidade de dirigir o próximo clipe. Ao invés de diretores, produtoras e orçamentos estratosféricos, o vídeo para a segunda música de trabalho, “Dig”, funcionará como um laboratório para que videomakers e fãs testem suas habilidades audiovisuais.
Produzido por Brendan O´Brien (Bob Dylan, Pearl Jam, Stone Temple Pilots) o álbum
mescla a fluidez da métrica, linha melódica e co-existentes estilos dentro de uma única banda. Gravado entre as cidades de Los Angeles e Atlanta, o disco levou um ano para ficar pronto devido ao cuidado excessivo com os arranjos e as letras de Boyd. Catapultados ao estrelato no cenário do rock mundial depois do petardo “Megalomaniac”, single de A Crow Left to Murder, o Incubus garante definitivamente seu lugar no dial das rádios de rock internacionais, como uma das bandas mais executadas. Com o novíssimo Light Grenades estes californianos atingem na virada para 2007, o status de banda sonoramente alternativa das mais cultuadas e modernas da atualidade.

Confira:
http://www.myspace.com/incubus