Friday, December 16, 2005

...vermelho de balas...

Meu céu é vermelho de balas
que cruzam sem medo o caminho
traçantes que riscam o espaço
comprimem o vento e o tempo em que fico...
olhando a bala q voa,
e acerta no alvo infinito
olhando a bala q voa,
e explode mais um edifício
olhando o rastro da bala,
que logo se cala no tempo perdido
olhando pra noite que morre,
aceno pro dia que passa zunindo.....
Meu ouvido se torce e contorce meu corpo
Espasmos de sons provindos de um grito
Meu corpo conversa com a alma e se cala
Minha fala se abala, não falo o que sinto...
Sozinho parado, a beira do abismo
Sozinho cansado, espero o início
Sozinho calado, rabisco o destino
Vermelho de amor espero meu vício...

Friday, December 09, 2005

...pro fundo...

....raiva, ira, frustração, revolta...
destroços da alma, insanos sentimentos
povoam e devassam meu corpo abalado
que chora por dentro
...cada gota, um osso perfura e seca-me os olhos
a cada riso uma desgraça escancarada
e desgrenhado vocifero
vontade de gritar, jorrar, expulsar os sentimentos
deixá-los soltos no ambiente
perpétuos em seu livre movimento...

...palavra...

Cadê a verborragia dos infindáveis poetas loucos
que nas noites ao relento sublimavam o mundo em poesia
toda bebida, esbórnia e mazelas
se descarrilavam em lindas linhas abençoadas
a noite o sofrimento,
a singela desilusão que aquecia o coração dos desafortunados...
angústia e desalento, desespero e revolta
....onde foi parar o maquinário propulsor de toda revolução...
cade o agito, o grito, o verbo, a loucura indispensável
a qualquer toque de arte...
aonde se encontram...?
será que virão? se é que não se esvairam ...
se sim ou se não, aonde que estão, por onde virão...
....perece a questão....