Bossa Nova à Francesa
![](http://photos1.blogger.com/blogger/4081/1380/320/715938641_l.jpg)
Liderado por Marc Collin e Olivier Libaux, o projeto parte de uma extensa pesquisa musical e se apóia na sensualidade de um naipe de vozes femininas. A beleza de seus diferentes timbres vocais garante um que de melancolia, à interpretação de músicas rasgadas por ritmo, balanço e sensibilidade bossa-novista.
Lançado em 2004, “Nouvelle Vague” (Peacefrog), o primeiro álbum da banda, despe canções esquecidas do final da década de 70 e da cena New Wave dos anos 80, e as reveste em tratamento acústico, com seções rítmicas saculejantemente brasileiras e harmonias vocais das mais doces. Desorganizando assinaturas e estruturas sonoras de grupos como: The Clash, Joy Division, Depeche Mode, The Cure e Dead Kennedys, estes franceses fazem com que a Nouvelle Vague ou New Wave / Bossa Nova (todas as expressões tem o mesmo significado), soem uma coisa só, numa cuidadosa mescla do DNA sonoro de cada um destes rótulos musicais.
![](http://photos1.blogger.com/blogger/4081/1380/320/media.png)
O Cinema e a Nouvelle Vague
Jean Luc Godard e François Truffaut foram os idealizadores de um dos mais famosos movimentos “não oficializados” da Cinefilia, a Nouvelle Vague. Personagens fundamentais e participantes da evolução da produção cinematográfica, Godard e Truffaut se dispunham com paixão a entender, criticar e reavaliar a condição do espetáculo hollywoodiano, desde o tempo em que eram colaboradores da lendária revista parisiense de Cinema, Cahiers du Cinéma, de André Bazin. Porém, as encigarradas redações, máquinas de escrever, papéis e canetas foram pos
![](http://photos1.blogger.com/blogger/4081/1380/320/Godard.jpg)
A Nouvelle Vague das décadas de 50 e 60 além de inspirar cinéfilos, cineastas e amantes da Arte, continua também a influenciar a música em tempos de “pós-modernidade” (qual será a próxima classificação teórica, para a Modernidade? Isso me intriga...). As curiosas releituras realizadas pela banda estão aí para desmistificar concepções musicais, e podem não agradar a maioria de fãs, dos grupos cirurgicamente destrinchados em “Bande A Part”. No entanto, é inegável o quão interessante é a combinação e desestruturação que estes talentosos músicos encenam.
Sob a ótica da “nova” Nouvelle Vague francesa, os líderes do Joy Division e do The Clash não ficam presos em seus “paletós de madeira”. Pelo contrário:
Joe Strummer dança ao som de “Guns of Brixton” enquanto Ian Curtis flutua junto a sua tumba. Num cemitério iluminado por feixes vermelhos de sol que insinuam o crepúsculo, despem suas almas e brilham intensos, numa luminosidade gélida, tal qual um sopro de vento frio que faz arder nossa espinha de ponta a ponta. Desfalecido Strummer é envolto por um coro sutil de vozes, ao passo que Curtis se espalha pelo ar e acena, dando adeus a seu jazigo mortuário. Relutantes a se confinar ambos fazem ecoar, tal qual um sussurro, seu último canto:
O aval da música à liberdade perpétua.
Confira: http://www.myspace.com/nouvellevague
4 Comments:
Voilá! eis aqui um grande artista!!!
respondendo à pergunta, provavelmente os críticos chamaram o próximo movimento de eterna modernidade, ou modernidade plus, qualquer coisa do gênero. Sinceramente, certos conceitos não consigo entender. Estou igualmente intrigado. Valeu.
ok..é a segunda vez q vc me deixa com vontade de ouvir um CD do qual não tinha ainda ouvido falar..(tão mal informada, tsc, tsc..). com tantas referências..difícil resistir. Bom, Godard não curto, mas Truffaut é uma paixão eterna..e todas estas bandas e o texto..e..é isso, vou ter q ouvir :-)
pois.. estou 'in love' com Nouvelle Vague....thanks.
Post a Comment
<< Home