Detroit 2006 - Os contadores de história
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"Steady as she Goes", abre o disco da melhor maneira possível. Um baixo marcante provoca solos tortos e riffs secos da guitarra de Jack White. Um refrão grudento, acompanhado de uma métrica diferenciada e de guitarras distorcidas, dão peso ainda não visto nos trabalhos precedentes dos quatro integrantes. Benson e White constroem um casamento vocal interes
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A partir daí, a sinuosa estrada de ferro dos Raconteurs começa a ser desbravada por sua "loucomotiva". "Broken Boy Soldiers", faixa título do disco, poderia ser designada a incorporar a trilha sonora de um filme clássico de terror-western. Jack White grita como uma bruxa das mais aterrorizantes, enquanto guitarras fantasmagóricas circundam o ambiente. A cada faixa, o ouvinte percebe a diversidade de influências que constroem os arranjos e melodias da banda.
"Intimate Secretary", só ajuda a confundir e intrigar. Para que lado iremos dessa vez? Esta, é a pergunta que perpassa nossas mentes a cada canção introduzida.
O disco vai ganhando forma e a curiosidade se torna evidente, uma banda começa a surgir e denunciar, a falta de experimentalismo e o excesso de regras da maioria das bandas de sua geração. A furada e babaca comparação com o Nirvana é sepultada de vez, em um caixão de ébano, cravado de pregos. Os Raconteurs experimentam sonoridades, timbres e vocalizações originalíssimas, e isso não faz deles e nem de "Broken Boy Soldiers" o disco do ano, muito menos da década, mas sim uma saudável oportunidade de navegar em ares renovados, longe de qualquer submissão estético-musical vigente.
"Together", é bela e sútil. Faz qualquer ouvinte mais anten
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Sem qualquer aviso, monitores começam a se sacudir, "Level", faz balançar nosso corpo, devidamente conduzido por sua pungente simplicidade. A música nos arrebata e nos deixa sem maiores explicações, deixando ao menos uma herança musical à altura: "Store Bought Bones". A canção saculeja, estapeia e desnorteia sentidos, é tortuosa e insinua atalhos e direções musicais até então não desbravadas. Contrapontos de estilo entre Jack e Brendan, é que proporcionam o frescor sonoro da banda, uma alegria efêmera e breve conduz, uma a uma, as faixas do disco. "Blue Veins" fecha o álbum, e sintetiza aquilo que o move: um blues pesado, sentimental e agradavelmente arrastado, que percorre e transpassa com sucesso as encruzilhadas musicais dispostas pelos "contadores de história".
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